quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ainda há outra esquerda

1. Foi dado destaque mediático a um apelo para a apresentação de uma candidatura única de esquerda às eleições autárquicas de Lisboa, numa situação perigosa em que a lista comum PSD-CDS pode bem ganhar. Creio que a iniciativa vem dos lados dos renovadores comunistas, mas isto não me interessa, até é bom, assim não vejo nisso nenhuma instrumentação partidária. Simbolicamente, teve o apoio dos dois cabeças de lista da primeira candidatura unitária, Jorge Sampaio e José Saramago.
Infelizmente, tudo indica que esta iniciativa não terá sucesso prático. Todos os partidos e movimentos de esquerda já anunciaram que vão concorrer isoladamente. Realisticamente, não era de esperar outra coisa. Como é que o PCP, pertinaz opositor do PS e do seu governo, podia apresentar-se coligado com o PS? E, por parte deste, o que esperaria dos viperinos ataques ao BE, no congresso do PS, e logo disparados pelo presidente da CML, António Costa?
Talvez isto explique que, contra o que imaginei, a petição não tenha tido ainda grande subscrição. Entretanto, o grupo de subscritores iniciais, em que me integrei com todo o gosto, começou a publicar um blogue, “Esquerda para Lisboa - Apelo à convergência”, que começa por ter respostas dos promotores à simples pergunta “porque subscrevi o Apelo à Convergência de Esquerda para Lisboa?”.

Declaração de interesses - Não pertenço ao grupo dos renovadores comunistas. Tenho apreço pela sua actividade, mas a minha saída do PCP foi já há muito tempo e em condições muito diferentes. Há tanto tempo que o mesmo vale para outros grupos de amigos (grupo dos seis, dissidentes de 1991) cuja saída segui com interesse mas já com algum distanciamento pessoal. É tudo uma questão de calendário, mas que, obviamente, não me inibe de colaborar com os renovadores sempre que o desejarem.
João Vasconcelos Costa
21.4.2009

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